Crítica: Falcão e o Soldado Invernal

24/04/2021 23:35:43

Abordando temas cada vez mais atuais

O que temos na nova série da Marvel Studios são histórias, não só de heróis, mas de pessoas, gente comum que faz um contraste com nossa realidade intolerante, preconceituosa, cheia de traumas e incapaz de aceitar mudanças. A história se passa 6 meses após os eventos de Vingadores Ultimato e vemos Sam Wilson (Anthony Mackie) devolvendo o Escudo de Steve ao governo americano. Falcão e o Soldado Invernal traz temas cada vez mais atuais da nossa sociedade.

O legado do Capitão América é abordado com profundidade na trama e se confundi com temas como o racismo e a representatividade, que são aprofundados no arco de Isaiah Bradley (Carl Lumbly), o homem negro que foi o segundo Capitão América e esquecido pela história. O governo americano se agarra ao estereótipo, homem branco e hétero para emular Steve Rogers, criando seu novo Capitão América que é representado por John Walker (Wyatt Russell).

Outro ponto alto da série é o personagem Barão Zemo, interpretado novamente por Daniel Brull, bem desenvolvido e com uma atuação notável o personagem roubou a cena nas interações que teve com Sam e Bucky, mostrando que às vezes há um mal necessário. Os laços familiares de Sam com sua irmã e sobrinhos, aprofundam o personagem e criam bons momentos, como a cena do banco em que tentam fazer um empréstimo, ou mesmo os sobrinhos brincando com o escudo.

Bucky ou Soldado Invernal (Sebastian Stan) tem que lidar com seus pesadelos e descobrimos com ele, como se livrar das recordações dolorosas do seu passado. Os Apátridas, o grande mal a ser combatido foi o que mais soou mal desenvolvido, suas ações não tinham impacto para acreditarmos naquele movimento ou ideal. Karli Morgenthau (Erin Kellyman) chefe dos Apátridas é a personagem que menos gostei, funcionando apenas como uma inimiga genérica a ser combatida ou persuadida a desistir.

A série peca em não trazer um vilão memorável a história, o Mercador do Poder que poderia ser esse personagem, ficou em segredo durante todos os 6 episódios e se mostrou um plot twist que muitos acertaram, Sharon Carter (Emily VanCamp) é a grande vilã oculta, não sei dizer se foi um erro ou acerto usar personagem que tem sua relevância nos quadrinhos para criar uma vilã duvidosa.

Depois de sua jornada, Sam entende sua real missão e agora temos um novo Capitão América, negro, sem soro de super soldado, apenas com seus ideais latentes, ele abraça o manto junto com um novo visual projetado por Wakanda. Uma representatividade certeira o Capitão América que o mundo precisa atualmente.

As cenas de ação e efeitos especiais estão níveis cinema, as atuações do elenco principal são primorosas, diferente dos vilões que beiram o genérico. Um acerto da Marvel um presente para os fãs, Falcão e o Soldado Invernal é uma boa opção de série de super-heróis pra nos deixar mais próximos dos nossos próprios problemas sociais.

Por: Diego Piacentini - NOTA DO BARÃO 9/10

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Publicado por: Diego Piacentini

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