Crítica: Cruella

Uma grata surpresa

Depois de Malévola a Disney insiste em transformar suas vilãs de animação em novas franquias cinematográficas e a parte boa é que a fórmula tem funcionado. Não é a primeira vez que o mundo dos 101 Dálmatas é transformado em live-action, temos dois filmes baseados na animação da Disney de 1961. Em 1991 quem viveu a temida Cruella De Vil foi a premiada atriz Glen Close.

Agora em 2021 retornamos em uma história prequel para conhecer as origens e motivações da personagem. A estrutura do filme constrói a história aos poucos e explica algumas características da personagem em um ritmo adequado. O fato dela ter uma dupla personalidade onde uma não cancela a outra, mas que adormece ou acorda de acordo com a situação não soa forçado. Confesso que quando vi a maneira como os dálmatas são inseridos na trama, achei fraco e preguiçoso, mas o filme sabe contornar certas facilidades de roteiro para algo mais palpável conforme a história progride.

O ponto fraco do filme são os coadjuvantes os dois amigos, quase irmãos de Cruella são caricaturas de alto nível, mas seguem a animação, então funciona. Certas cenas lembram o filme O Diabo Veste Prada de 2006, não tem como não perceber. A vilã da trama, A Baronesa, claramente é a própria Cruella em seu vindouro futuro, atitudes e personalidades são parecidas. O grande destaque do filme realmente são os figurinos, um show a parte da figurinista Jenny Beavan, cada aparição de Cruella com suas roupas transformam o filme quase em um desfile cinematográfico.

Emma Stone e Emma Thompson, duas atrizes de mesmo nome não poderiam ter atuações mais orgânicas e convincentes. Exageros não faltam ao filme, mas Cruella é um filme para divertir e entreter em suas 2h40. Outro ponto forte é a trilha sonora, músicas inesquecíveis que vão de Deep Purple, Black Sabbath a Judy Garland que casam bem com as cenas propostas para cada ocasião. O longa no momento desta crítica já fez 87 milhões em bilheteria no mundo e já ganhou uma merecida continuação e que venham mais vestidos.

NOTA DO BARÃO 08/10

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Publicado por: Diego Piacentini